Equipamentos



Passagem de Som
Por João Carlos Nascimento - joaocarlosrdonascimento@gmail.com


             A passagem de som (sound check) por definição é o teste, ajuste dos equipamentos, equalização dos instrumentos e mixagem. É um equívoco achar que a passagem de som só é necessária para grandes eventos e bandas. Independente do porte da apresentação ou do músico tudo precisa ser testado. Na prática sabemos que muitas vezes, quando não sempre, mau se pluga o instrumento e já está na hora de tocar e para piorar o músico é multifuncional: toca, carrega, instala e ajusta o equipamento.

Nas apresentações da Banda Tons de Deus, sempre programamos um horário para a montagem e outro para a passagem de som. 

No primeiro horário montamos todo o equipamento, alinhamos o sistema de P.A e monitor. Paralelamente no palco são posicionados os instrumentos e os microfones conectados, o que é facilitado com o Input List à mão.

Com o sistema de som devidamente alinhado, começamos os testes dos canais para sabermos se todos os sinais provenientes do palco estão chegando na mesa de som. Os periféricos neste momento devem estar conectados, porém desabilitados. 

Na etapa seguinte cada músico é convidado a tocar o seu instrumento para ajustes de níveis de sinais de entrada na mesa de som e de timbre, assim como o volume no monitor e ajustes dos periféricos (compressor, gate, efeito).

Com todos os instrumentos ajustados e timbrados colocamos a banda para tocar e efetuamos a mixagem e ajustes nos volumes do monitor. Todo o processo desde o início até este ponto leva aproximadamente três horas, se tudo funcionar de primeira.

Esta forma de passagem de som pode ser aplicada desde um músico até uma banda com inúmeros integrantes. O que recomendo é não pular nenhuma etapa, todas são extremamente importantes por garantirem a qualidade do apresentação. É na passagem do som que descobrimos se há algum cabo com falhas ou ruídos, qual o melhor ajuste para determinado instrumento, se há possibilidade de ocorrer uma microfonia e eliminá-la.


Mapa de Palco, Rider Técnico e Input List
Por João Carlos Nascimento - joaocarlosrdonascimento@gmail.com


            Todos nós já tivemos problemas ao ir tocar em eventos por conta da infra-estrutura. E de quem é a culpa? De todos que estão envolvidos na empreitada.
             No momento em que somos convidados a tocar, principalmente em início de carreira, a empolgação nos distrai e esquecemos de que tem de haver uma condição mínima para a apresentação acontecer. 
             Acontece que em muitos eventos quem está organizando acumula todas as funções e não tem conhecimento ou experiência para lidar com os músicos, obrigando o líder da turma a correr atrás de tudo e em cima da hora de tocar. 
             Está rolando nas redes sociais uma campanha forte para que o músico se valorize. Tem o meu apoio. Mas devo lembrar que só é respeitado quem se respeita. Um músico que não cuida do seu instrumento, que não ensaia, que não é pontual, que não respeita os seus limites não é respeitado e valorizado por ninguém,  a começar por ele mesmo.
             Voltando ao nosso tema, quem se valoriza sabe o que precisa para fazer uma apresentação decente. No momento do convite este músico pergunta: onde será? Qual é o público? Qual a minha função no evento? Isto tudo está relacionado com a sua participação, agora você sabe o que tem que fazer. E o que você precisa ter para poder fazer?
             Boa pergunta. Mas o Mapa de Palco, o Rider Técnico e o Input List responderão. Ah, você não tem. Veja bem:

Mapa de Palco: Desenho representativo do espaço ocupado pelo músico (ou músicos) e seu instrumento/equipamento numa performance ao vivo. Na prática, é um desenho do palco com a posição relativa do músico, seu instrumento, seu equipamento, tomadas de energia elétrica, praticáveis e tudo o você precisa ter no palco. O mapa de palco pode ser feito pelo próprio músico, em sua maioria junto com o técnico. Aqui mostramos o mapa de palco da Banda Tons de Deus, utilizado no Show Mensagem.

Rider Técnico: é uma lista dos equipamentos de sonorização, de palco, iluminação e em alguns casos, os instrumentos necessários para a apresentação. É feito pelo técnico de som e de iluminação da equipe. 


Input List: Relação de todos os instrumentos em seus respctivos canais na mesa de som, indicando o tipo de dispositivo de entrada (microfone, DI) e seus periféricos (compressor, gate, etc.). Trata-se de uma tabela onde o técnico distribui os instrumentos na mesa da forma que melhor atenda as necessidades do grupo.

           Os documentos apresentados separadamente podem ser agrupados em um único. Naturalmente, pode-se ter mais de um formato que dependerá do tipo de apresentação a que se destina e os modelos aqui apresentados raramente são enviados aos produtores dos eventos porque a banda leva toda a estrutura necessária para o show, mesmo assim, estes documentos auxiliam muito na hora da montagem do palco e na passagem do som, e por falar nisso, este será o tema de um novo artigo. Se você precisar de mais informação ou um auxílio, mande um e-mail, terei muito prazer em contribuir com o seu trabalho.



Gravação de uma apresentação ao vivo
Por João Carlos Nascimento - joaocarlosrdonascimento@gmail.com


            Muitas vezes sou consultado sobre a melhor maneira de gravar um ensaio, apresentação ou até mesmo uma palestra. Algumas vezes em eventos, amigos ou produtores da banda, queriam fazer o registro usando uma câmera de vídeo e me questionavam: pego o áudio da mesa de som ou uso o microfone da câmera? Numa resposta rápida: fica perto da mesa de som e usa o microfone da câmera. É a melhor solução? Não, esta não é a melhor solução. Mas levando em consideração as situações em que fui questionado e os recursos disponíveis, com certeza foi a melhor.
             Renato Muñoz em um artigo da revista Áudio, Música e Tecnologia deste mês, escreveu uma matéria tratando deste assunto e confirmando o que sempre informei a quem me questionou. Por exemplo: quando temos uma banda tocando ao vivo, em um ambiente de até 500
-->m2, um sistema de PA compatível com o ambiente, num volume de som confortável, ao fazer mixagem dos instrumentos da banda e vozes o técnico se guiará pelo seu ouvido. Neste pequeno ambiente, o que o técnico (assim como público) ouve é a soma dos sons gerados pelo retorno, pelos instrumentos acústicos e pelas caixas do próprio PA. Nesta situação quando o som a ser gravado é capturado diretamente da mesa de som, alguns instrumentos poderão ficar com o volume muito baixo ou muito alto. Se um contra-baixo, por exemplo, está com o volume do cubo no palco um pouco alto, na gravação ele ficará mais baixo que os demais instrumentos. Ao ouvir a gravação nestas condições, o baixista poderá achar que na hora da apresentação as pessoas quase não ouviram a sua performance, o que não é verdade. O técnico ajustou os volumes na mesa de som e o contra-baixo, para o técnico, estava com o volume adequado porque ele estava ouvindo o som gerado pela mesa somado ao som gerado pelo cubo. Este efeito fica bastante reduzido quando a apresentação acontece num grande ambiente ou ao ar livre, onde praticamente não se ouve o som proveniente do palco, onde o som do PA predomina.
               Para amenizar este efeito evite realizar a gravação em pequenos ambientes. Caso não seja possível, recomendo colocar  um microfone para captura do som ambiente e misturar com o som capturado da mesa, desta forma, haverá um equilibrio dos instrumentos, sem perder nada. Se você pretende realizar uma gravação ao vivo, e este artigo não lhe foi muito esclarecedor, me mande um e-mail, relate a situação em que pretende efetuar o trabalho e os equipamentos que dispõe, nós faremos um estudo de caso e publicaremos neste espaço, com certeza, as suas dúvidas serão as mesmas de outros leitores.




Mesa de Som

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em áudio profissional, mixer, misturador ou mesa de som é um aparelho eletrônico usado para combinar (ou "mixar") várias fontes de som, de forma a somá-las em um único sinal de saída. Mesas mais complexas podem "rotear" o sinal, formando várias mixagens simultâneas e independentes, além de alterar parâmetros do som como seu volume, timbre e faixa dinâmica.
Um exemplo bastante simples de uso de uma mesa de som seria permitir que sinais originados de dois microfones diferentes (cada um sendo usado por cantores em um dueto, por exemplo) possam ser ouvidos simultaneamente em um único alto-falante.
Embora haja modelos de uso geral, há mesas de som bastante especializadas para determinado fim. Há modelos especiais para estúdios de gravação, sonorização de espetáculos ("PA"), transmissões de rádio e TV, estúdios de televisão e pós-produção de filmes. Mesas de som especiais para DJs também tem recursos para medir a quantidade de "batidas por minuto", o que pode facilitar a mixagem ao vivo em apresentações de música eletrônica. Quando usado para sonorização, o sinal já misturado produzido pela mesa de som costuma ser entregue a amplificadores de áudio e caixas acústicas.
Uma mesa de som simples é composta de canais de entrada, que recebem sinais de diferentes fontes (microfones, instrumentos musicais e mídia gravada), e canais de saída, que entregam os sinais de entrada misturados. Mesas mais complexas possuem o que se costuma chamar de subgrupos ou submestres, que proporcionam mixagens intermediárias antes da mixagem final.
Em todos os canais é possível ajustar os parâmetros do som para que a mixagem final possa ser lapidada de acordo com a aplicação ou programa. Por exemplo, em um conjunto composto por violões e voz, o microfone da voz precisa ser destacado com maior volume para que o canto se sobressaia sobre o arranjo.
Os parâmetros de ajuste mais comuns são o nível ("volume") do canal, ganho (quantidade de amplificação), equalização (graves, médios e agudos) e efeitos (por exemplo, eco). Também é possível verificar os níveis do sinal em cada um dos canais (normalmente expressos em decibéis).







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